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“Autocrítica coisa nenhuma, é uma questão de conveniência”, diz José Aníbal sobre carta de Bolsonaro.

O senador defende que é preciso sinalizar claramente em direção ao impeachment

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Em entrevista à GloboNews na manhã desta sexta-feira (10), o senador José Aníbal (PSDB-SP) comentou sobre a carta divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro na qual ele afirmou não ter tido “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos poderes” durante suas falas no dia 7 de setembro. Na avaliação do senador, Bolsonaro divulgou a nota por se sentir acuado.

“Que autocrítica coisa nenhuma, Bolsonaro age por conveniência. Ele tentou e viu que não teve a adesão que imaginou que teria, inclusive das polícias militares, das forças armadas. Ele tentou criar um clímax e recebeu de volta um anticlímax. E com medo de que alguma coisa fugisse do seu controle, ele compartilhou a ideia desse recuo, mas é um mero recuo”, declarou José Aníbal.

O senador opinou que Bolsonaro não vai mudar e manifestou preocupação com o Brasil sob seu comando por mais 16 meses, apontando que o país corre risco de regredir ainda mais. José Aníbal defendeu que o parlamento brasileiro “pare de votar agendas deletérias” e se concentre em projetos que socorram a população que está sofrendo com as crises sanitária, econômica e social.

“A nós políticos incube fazer uma boa agenda para o país. O Brasil precisa de um choque junto às nossas elites – os políticos, os parlamentares, os empresários, todos – para que tenham uma certa piedade. Olha a situação que está vivendo o povo brasileiro. Ou nós temos uma sintonia fina com os anseios da sociedade ou nós estamos nos atrasando, o preço do governo Bolsonaro já é altíssimo”.

O senador enfatizou que o Congresso Nacional e demais atores sociais precisam agir e rejeitou a tese de minimizar as falas de Bolsonaro como se o presidente fosse um “maluco”.

“Que meio maluco! Ele está na presidência da República e pode causar um mal enorme ao país, já está causando muitos e pode continuar a causar. Eu espero que a gente faça uma conversa serena sobre isso no Senado. Vamos puxar para a nossa parte, nós temos responsabilidade nisso. Espero que isso ocorra na Câmara dos Deputados e espero que, nas instâncias devidas, os empresários falem também, e que as ruas falem. Eu irei ao ato do dia 12, se não tiver restrição sanitária.”

Para José Aníbal é preciso “continuar com todas as iniciativas, inclusive com relação ao impeachment, sinalizar claramente nessa direção”. Ele acredita que “se houver uma ação da sociedade, as pessoas se manifestarem contra esse estado deplorável de coisas, quem sabe não se consiga um resultado que permita um recomeço”.

Questionado sobre a situação do PSDB neste cenário, visto que alguns membros da legenda apoiam o governo, José Aníbal foi claro: “Eu acho que o PSDB precisa passar e está passando por um processo de revitalização, inclusive com a nota [que declarou oposição ao governo Bolsonaro]. Para mim, absolutamente desnecessário, mas foi importante dizer:  o PSDB é um partido da oposição, que está dando início a um processo de análise dos crimes de responsabilidade que estão sendo cometidos pelo presidente da República, e vai se posicionar com relação ao impeachment”.

Assista aqui:  https://g1.globo.com/globonews/globonews-em-ponto/video/jose-anibal-bolsonaro-e-um-aventureiro-ele-nao-vai-mudar-9846027.ghtml