PSDB debate Nova Agenda para o Brasil
Rio de Janeiro recebeu evento do Instituto Teotônio Vilela nesta segunda, dia 7 de novembro
O PSDB, por meio do Instituto Teotônio Vilela, iniciou nesta segunda-feira, dia sete de novembro, um amplo debate para discutir um novo Brasil para as próximas décadas. O seminário “A Nova Agenda – Desafios e Oportunidades para o Brasil” reuniu cerca de 600 pessoas no hotel Sheraton, no Rio de Janeiro. Ex-presidente nacional do PSDB, o deputado José Aníbal compareceu ao evento, onde foi saudado por correligionários e militantes.
Houve dois painéis temáticos, um tratando de temas econômicos e outro da agenda social. No primeiro, alguns dos responsáveis pelo Plano Real, como os ex-presidentes do Banco Central Pérsio Arida, Armínio Fraga e Gustavo Franco, além do economista da FGV, Armando Castelar. No segundo, as questões sociais ficaram a cargo de Edmar Bacha, Simon Schwartzman, Claudio Beato, Marcelo Caetano e André Médici.
Gustavo Franco, que abriu a rodada de discussões econômicas, insistiu na continuação das reformas estruturais abandonadas pelo governo do PT. Segundo ele, as reformas “atacam privilégios de minorias e geram benefícios para a maioria. Mas, exatamente por isso, sempre se chocam com a resistência destes grupos privilegiados”. Armínio Fraga reforçou o ponto de vista de Franco. “Estamos na direção errada: a de um Estado capturado, cada vez menos eficiente e incapaz de suprir e preencher lacunas”, anotou.
No painel sobre a agenda social, comandado por Edmar Bacha, foram discutidas questões como o baixo aproveitamento educacional do ensino público no Brasil e maneiras de diminuir a evasão no ensino médio, bem como questões referentes às limitações constitucionais no que se refere ao combate à violência. Outro tema importante foi questão da previdência social, cujas regras diferenciadas para aposentados oriundos do serviço público penalizam todos os demais beneficiários. Na área da saúde, a judicialização das questões referentes à integralidade do tratamento também foi bastante discutida.
Para o presidente do Instituto Teotônio Vilela, ex-senador Tasso Jereissati, “o país enfrenta hoje gargalos expressivos em áreas como educação e infraestrutura. Faltam prioridades para o atual governo, um projeto de investimento sólido, uma estratégia integrada”, assinalou. “é isso que estamos debatendo a partir de agora”, acrescentou.
O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, também destacou a simbologia do evento. ‘O PSDB reencontra aqui a sua trajetória. Vamos realizar uma série de eventos multidisciplinares e abrangentes. Fizemos muita coisa importante para o Brasil. Os erros cometidos hoje no país são graves. Os brasileiros necessitam da nossa capacidade de formulação”, ressaltou.
O encerramento ficou por conta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ressaltou o papel do PSDB na história recente, bem como o que terá daqui por diante na recondução do país. FHC mostrou-se preocupado com o toma-lá-dá-cá da política nacional. “Espero que a (presidente) Dilma (Rousseff) continue limpando (o governo), porque está muito ruim. Mas não me surpreende porque toda a política está metida de tal maneira nesse jogo de favorecimentos e benesses, que é uma pena”, afirmou.