Em entrevista ao “DCI”, José Aníbal diz que PT aparelhou estatais federais
Em entrevista ao “DCI”, José Aníbal diz que PT aparelhou estatais federais
Conversa com o jornal foi publicada nesta segunda-feira (4)
Para Aníbal, PT aparelhou estatais federais
Publicado no “DCI – SP” em 4/3/2013, por Anderson Passos
Ex-líder da oposição na Câmara dos Deputados, o secretário estadual de Energia, José Aníbal (PSDB), denunciou em sua palestra a mais de 200 militantes que estavam no Congresso Estadual do PSDB que a gestão das estatais e dos portos no governo petista está pondo em risco a situação financeira das mesmas por conta do aparelhamento por petistas e aliados.
O tucano apontou que, ao contrário do que o PT vendeu em eleições passadas, o PSDB não fez a Lei do Petróleo em 1997 para privatizar a Petrobras, mas para submetê-la à concorrência. No entanto, o inchaço de quadros na estatal, aliado à má gestão, está levando a empresa à insolvência.
“Nós temos hoje no Brasil um aparelhamento da máquina pública que é nefasto. Não só porque o PT é um partido com muita presença na manipulação, no desvio de recursos públicos etc., mas pelo desastre… Nós fizemos a nova Lei do Petróleo em 1997. Eles [PT] acharam que nós queríamos quebrar o monopólio. Mas, na prática, nós submetemos a Petrobras à concorrência. Isso tem que ser dito lá no Grajaú. Desde 97, quando fizemos a Lei do Petróleo, a Petrobras cresceu três vezes. Qual é a situação hoje da Petrobras? é uma empresa que tem sinais evidentes de insolvência: ela deve R$ 20 bilhões neste momento para fornecedores. Eles incharam a Petrobras. Fizeram investimentos absurdos. O custo dessa gente na Petrobras é enorme. E é um custo para o Brasil. Essa empresa -que já foi a joia da coroa- é hoje uma empresa com grau de avaliação muito deprimido no mercado”, criticou.
Aníbal acrescentou que a Eletrobras vive situação igual à da petrolífera e denunciou ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que outrora era motivo de orgulho, também atravessa dificuldades.
“O BNDES era motivo de orgulho do Brasil porque era o maior banco de investimentos do mundo. O BNDESPar, que é o braço de participações do BNDES, deu prejuízo no ano passado porque, há algum tempo, o BNDES tinha uma burocracia rigorosa. O papa está pedindo dinheiro do BNDES para comprar uma empresa do Chico da Silva. De jeito nenhum, essa empresa não tem a qualidade necessária para receber investimento do BNDESPar. Não, o camarada lá na Presidência não fez. Vamos transformar empresas brasileiras em multinacionais. O resultado está aí. Isso é ruim para o País porque o BNDES é um banco para estimular o investimento produtivo”, enfatizou em discurso à plateia.
Portos
Aníbal comentou ainda que, apesar da safra recorde de grãos – mais de 180 milhões de toneladas -, que inclui a maior produção de soja do mundo por causa da seca nos Estados Unidos, e ainda a maior produção de milho do mundo, também revela desafios para os portos brasileiros.
“Qual é o problema? Como é que você coloca esses 180 milhões de toneladas nos portos para a exportação. Segunda-feira [25/2], a China desviou 12 navios que vinham para o Brasil carregar soja para os Estados Unidos. Eles acham que os portos brasileiros não vão ter condições de carregar toda essa safra. O tempo de demora para descarregar um caminhão no Porto de Paranaguá [PR] é de 40 dias. Aí eles descobriram que no Porto de Rio Grande [RS] leva uma hora e meia. O que isso significa? Que com essa logística, essa infraestrutura -se não fosse São Paulo, Rodoanel, grandes autopistas, Imigrantes, Porto de Santos- este seria um País completamente estrangulado. São milhares, milhões de empregos que este País deixa de criar.”