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Denúncia contra PSDB é baseada em documentos falsificados

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Denúncia contra PSDB é baseada em documentos falsificados

O documento atribuído ao ex-diretor da Siemens, Everton Rheinheimer, sobre prática de cartel na empresa, teve sua tradução para o português adulterada para prejudicar o PSDB.A comparação do original em inglês com a versão em português em mãos da Polícia Federal mostra que citações ao PSDB constam apenas na tradução. No documento em inglês, que foi enviado em 2008 para a direção mundial da Siemens, não existe em nenhum momento citação a nomes de parlamentares ou políticos tucanos. Ver original em inglês e a tradução aqui.

O próprio diretor-geral da Polícia Federal (PF), Leandro Daiello, afirmou, ontem, em entrevista coletiva, que ainda investiga a veracidade do documento e que não consta nenhum político sendo investigado ou sequer indícios de seus envolvimentos. Para conferir declaração Clique aqui

Na entrevista, Daiello diz também que não foi a PF que traduziu o documento, que teria sido entregue ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo pelo deputado Simão Pedro, atualmente secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Se não foi a PF, quem fez a tradução? Questão que Simão Pedro precisa esclarecer urgentemente, assim como sua ligação com o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Vinícius Carvalho, seu ex-assessor. Também precisa ser esclarecida a forma como Simão Pedro obteve o documento, que deveria ser utilizado na investigação sigilosa ainda em curso.

Rheinheimer já afirmava manipulação de dados em nota oficial, divulgada na última sexta-feira, dia 22, onde relata: Vejo-me na obrigação de esclarecer que os documentos devassados e as informações publicadas como se fossem de minha autoria, foram distorcidos e não condizem com a realidade”.Veja nota oficial de Everton Rheinheimer aqui

No caso do ministro Cardozo, é curioso o fato de ele assumir a responsabilidade de ter entregue o documento à Polícia Federal embora duas correspondências mostrem o contrário. Estas cartas, memorandos internos da Polícia Federal, assinados por dois delegados da PF revelam que o relatório foi enviado pelo CADE à PF. As duas cartas, uma assinada pelo delegado da PF, Bráulio Cezar da Silva Galloni em 11 de junho de 2013, e outra assinada delegado Milton Fornazari Jr em 27 de junho de 2013, citam o documento como uma denúncia recebida via CADE Veja aqui as cartas originais

Ora, por que o CADE é duplamente citado nestas cartas como origem da denúncia e até se requisita maiores informações de seu presidente se não foi o CADE que entregou o documento, na versão farsesca do ministro da Justiça? E, mais, se foi Cardozo o mensageiro que entregou a denúncia à PF, onde está o ofício de encaminhamento? E se Cardozo tinha posse deste documento desde junho de 2013 por que ele “deixou vazar as informações” apenas após a prisão dos condenados do mensalão?

Durante coletiva realizada nesta terça-feira, dia 26, em Brasília, as lideranças do PSDB pediram a demissão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, ressaltou que, agora, a presidente da República Dilma Rousseff não pode dizer que não sabia do episódio. “Se ela não o demitir, está sendo cúmplice”, alertou. Veja aqui, o vídeo da declaração de Aníbal

Para Aníbal, a posição insustentável de Cardozo vai além do descrédito e de operador de uma farsa. “O ministro Cardozo deixou de agir como magistrado, de ministro que tem preferência sobre todos os demais, e passou a atuar como um operador do submundo, o que o PT faz com muita frequência”, afirmou Aníbal, ao lado do presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, do senador Aloysio Nunes, do líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio, e do secretário da Casa do Civil do Estado de São Paulo, Edson Aparecido.

O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, terminou sua exposição na coletiva exigindo que as investigações continuem na apuração de todas as denúncias. “Nós, do PSDB, queremos que as investigações prossigam com a celeridade possível e de forma absolutamente profunda, seja em São Paulo, e obviamente em outras partes do Brasil onde essas denúncias surjam, mas exigimos que elas sejam feitas de forma republicana, sem a utilização das instituições de Estado para que haja eventual benefício político”, disse.