“Legitimidade e democracia”
Em artigo para a Folha de S.Paulo, José Aníbal reafirma a confiança na democracia interna e diz que PSDB resgata sua história com processo de prévias
Thomas Jefferson dizia que os homens vivem mais dos sonhos do futuro que dos planos do passado. E é para o futuro que o PSDB está todo voltado hoje. A legitimidade das prévias tucanas para a escolha do candidato à prefeitura nos traz muita alegria.
Não se constrói a unidade tirando dos outros a independência. Nenhum partido será aguerrido silenciando a convicção das pessoas. Como me disse um militante, numa reunião na zona leste da capital, a democracia é mais do que um princípio: ela é a nossa fé pública.
Em 1988, numa entrevista à jornalista Marília Gabriela (que, felizmente, está disponível no YouTube), Mario Covas explicou as razões relacionadas à fundação do PSDB. E fez questão de sublinhar o que diferenciava o novo partido dos demais: democracia interna.
Dizia ele: “De tal maneira que, se o cidadão entrar para o partido, ele seja alguém dentro do partido. Alguém não quer dizer o presidente da República, um deputado, um senador. Mas parte das decisões da vida interna do partido”.
Estas palavras mostram não só o caráter original do PSDB. Elas significam a aceitação da autonomia e da independência daqueles que escolheram este partido para defender. Ninguém confia tanto na força da nossa história e na longevidade de nossas obras como os nossos filiados.
é bom ver novas lideranças surgindo. Lideranças ainda anônimas, cheias de oxigênio, que procuram o diálogo partidário em busca de solução para os problemas dos bairros onde moram.
Isso mostra que as pessoas querem compartilhar responsabilidades e debater propostas para a cidade. Talvez os partidos é que não estejam maduros para esta participação.
Um partido que não confia na democracia interna está mesmo defendendo os interesses do eleitor? Basta olhar o caso do PT, que atropelou sua militância e emplacou um candidato sem identificação com a cidade, cujo maior atributo é ser o preferido do Lula.
Felizmente, o PSDB seguiu o caminho oposto. A livre manifestação dos filiados é o que conta.
As prévias são um exercício de convencimento. O contato com o cotidiano das bases partidárias faz muito bem aos homens públicos. Não só pela troca de informações e de ideias, mas pelo calor humano, pelo convívio com as expectativas e frustrações do eleitorado e, principalmente, pela percepção de que a confiança na democracia não poderia estar mais viva.
No dia 25 de março, vamos conhecer o candidato tucano cujo projeto para São Paulo recebeu maior adesão. Escolhido o candidato, seguiremos todos juntos. O PSDB unido é muito forte. Principalmente no estado de São Paulo, a mais bem-sucedida experiência administrativa desde a redemocratização. Há 17 anos São Paulo não quer saber de outro partido cuidando de seus interesses.
O PSDB vive grandes dias. Não vivíamos esta expectativa desde a vitória de Fernando Henrique. Embora ainda haja quem fale abertamente -e sem constrangimento- em acabar com as prévias, isso é impossível: a história da democracia é a narrativa de uma correnteza que não pôde ser contida. Confiamos nela mais do que nunca.