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Falta informação sobre usina de lixo, diz Aníbal

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Falta informação sobre usina de lixo, diz Aníbal

Blog reproduz matéria publicada no jornal A Tribuna (12/07) sobre a necessidade de esclarecer aos gestores municipais o funcionamento das usinas de recuperação energética

*Sando Thadeu
A Tribuna/Santos

O secretário de Estado de Energia, José Aníbal, admite que ainda existe “muita desinformação” entre os representantes do Poder Público e da sociedade civil a respeito do projeto de construção de uma usina de tratamento e queima de lixo na Baixada Santista.

O local fará a incineração de resíduos coletados na região e no Litoral Norte. O resultado desse processo gerará energia elétrica, bem como reduzirá as montanhas de materiais nos aterros sanitários.

O representante do Estado explicou que já viu muitas manifestações contrárias e questionadoras sobre a iniciativa. “Acho que falta diálogo. A Secretaria (de Estado) de Desenvolvimento Metropolitano vai ajudar nisso. Vamos marcar uma conversa com os gestores públicos da região e trazer informações adicionais”.

E completa: “Soube até mesmo que o pessoal da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista) não tem as informações adequadas, talvez por uma falha nossa. Por isso, vamos nos empenhar mais”.

Aníbal promete ainda um contato maior com a sociedade civil para esclarecer o projeto do Estado. Existe um grande temor que a emissão de gases faça mal ao meio ambiente e que as pessoas que dependem da coleta do lixo reciclável sejam afetadas.

“A usina não vai impedir o funcionamento das cooperativas de reciclagem. Já vi várias iniciativas funcionando bem no Brasil em aterros sanitários que já estão usando gás metano para utilizar créditos de carbono. Ninguém quer ferir o meio ambiente”, garante.

Os estudos de viabilidade técnico-econômica para a implantação da unidade são coordenados pela Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), órgão ligado à Secretaria de Estado de Energia.

O trabalho é realizado pela empresa Andrade & Canellas. A previsão é que esteja finalizado até setembro deste ano.

O estudo vai definir o melhor local para essa usina ser instalada na Baixada Santista. Vale destacar que há municípios da região que descartam o lixo produzido por seus habitantes em Mauá, na Região Metropolitana de São Paulo.

No caso do Litoral Norte, há cidades que descartam os resíduos sólidos em Tremembé. “Algumas prefeituras são obrigadas a arcar com cerca de R$ 200,00 para cada tonelada de lixo”, diz o secretário.

PANORAMA

Aníbal explica que existem cerca de 300 usinas de processamento de resíduos sólidos espalhadas pelo mundo, sendo que a maioria está situada nas cidades, como Paris (França), Tóquio (Japão) e Monte Carlo (Mônaco).

“Hoje, do ponto de vista tecnológico e de controle do processo, há um avanço extraordinário. Recentemente, estive com prefeitos da região e outros secretários de Estado conhecendo a usina de Porto (Portugal)”, lembra.

O responsável pela pasta de Energia destaca ainda que a legislação ambiental do Estado de São Paulo é mais rígida que a federal.