Business is booming.

Eletropaulo se desculpa, mas não convence

0

Eletropaulo se desculpa, mas não convence

Na Comissão de Minas e Energia da Câmara, José Aníbal cobra credibilidade das promessas feitas

Mesmo com o pedido de desculpas, explicações e promessas de investimentos, o presidente do Grupo AES Brasil, Britaldo Soares, não convenceu os parlamentares durante a audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, realizada ontem para tratar dos problemas da distribuidora. O secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, afirmou que o Governo de São Paulo só irá acreditar nas promessas se for “preto no branco: papel assinado, números, cronogramas. Caso contrário, não há credibilidade”.

A distribuidora, que atua na cidade de São Paulo e mais 23 municípios da região metropolitana, registra picos de faturamento – R$ 1,3 bilhão de lucro líquido no ano passado – justo no momento em que a qualidade do serviço de fornecimento de energia atinge os piores patamares. Sem os expurgos dos dias considerados “atípicos”, a duração de interrupções por consumidor atingiu 14,80 horas em média, enquanto a freqüência de interrupções subiu para 7,21 por ano.

“Em função da pressão que nós exercemos sobre a empresa, ela ontem decidiu ampliar os investimentos na atenção aos clientes, na religação de energia, na manutenção da rede”, disse o secretário. Segundo ele, a audiência serviu também para mostrar como o desafio de melhorar a qualidade do fornecimento de energia não é um problema só de São Paulo, mas de vários outros entes federativos. “O procedimento de privatização e de concessão é positivo, mas ele precisa ser muito bem regulado e fiscalizado”, disse.

Neste sentido, José Aníbal recebeu da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a promessa de reforço na fiscalização das concessionárias que atuam no estado, sobretudo a Eletropaulo, cuja área de concessão atinge 6,1 milhões de clientes, além de abarcar o maior conglomerado econômico do Brasil. “A economia de São Paulo está sendo impactada. E ainda há o problema da poluição, uma vez que os empreendedores começam a recorrer a geradores movidos a diesel para não dependerem da Eletropaulo”, salientou.