Cesp quer resolver até novembro impasse de R$ 2 bilhões
JULIA BORBA – DE BRASíLIA
A Cesp (Companhia Energética de São Paulo) espera conseguir solucionar até novembro um impasse com o governo federal de R$ 2 bilhões.
O problema envolve a indenização que o governo terá de pagar pela usina hidrelétrica de Três Irmãos, que não renovou o contrato de concessão no ano passado.
Pela avaliação da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a usina merece uma indenização de R$ 1,8 bilhão. Para a Cesp, o valor que deveria ser indenizado é de R$ 3,2 bilhões.
Esses valores não incluem, porém, a indenização do canal e eclusas, que, quando considerados, elevariam em cerca de R$ 600 milhões a dívida do governo com a empresa, segundo o Secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal.
“Nós temos um balanço e temos listado no balanço um determinado valor. Não tenho como dizer ao Ministério Público, aos investidores e ao povo de São Paulo que esse ativo que está registrado virou pó. Ele não deixou de existir”, disse o secretário.
Aníbal esteve hoje no gabinete do ministro Edison Lobão para tentar chegar a um acordo.
Segundo ele, a EPE irá apresentar os números usados para chegar ao resultado. Quando isso for feito, governo federal e empresa devem voltar a se encontrar.
De acordo com o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, se houver algum erro, por parte do governo, ele será corrigido.
“Achamos que os cálculos estão corretos, mas é claro que, se houver qualquer erro, será revisto. Em princípio, achamos que estamos corretos”, afirmou.
Após três alterações no cronograma do governo, o leilão da usina de Três Irmãos deve ocorrer em janeiro do ano que vem.
O novo operador terá de oferecer menor valor pela administração da usina e venda de energia.