Pré-sal vai criar milhares de vagas em São Paulo
Número de empregos não está fechado pela Petrobras, mas governo paulista promete investir em qualificação de mão de obra
Ivo Patarra para o Diário de S.Paulo
O seminário Desafio Pensando no Futuro: Pré-Sal reuniu especialistas no Teatro do Sesi, no Centro de São Paulo. O evento, promovido ontem pelo DIÁRIO, Petrobras e Fiesp/Ciesp, debateu a exploração de petróleo nas próximas décadas no Brasil e a sua repercussão na Baixada Santista.
Milhares de empregos vão ser criados com a exploração do pré-sal. “Tem de haver uma ação bem organizada e estruturada para associarmos todas as possibilidades com a melhoria da renda e da qualidade de vida na Baixada Santista”, afirmou o secretário estadual de Energia, José Aníbal, um dos participantes do seminário.
O DIÁRIO foi representado por Flavio Grecco, diretor financeiro do Grupo Traffic. Alencar Burti, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP, manifestou preocupação com a capacitação profissional e a qualidade de bens e serviços. Nas palavras dele: “Para que o Brasil esteja no rol dos maiores produtores mundiais de petróleo, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo projeta um investimento de R$ 200 bilhões até 2013. é importante que parte deste investimento seja reservada para as micro e pequenas empresas, potenciais fornecedoras.”
A camada de pré-sal fica de quatro a seis mil metros abaixo do subsolo do Oceano Atlântico, numa área cuja lâmina de água, do Espírito Santo a Santa Catarina, varia de mil a dois mil metros de profundidade. A exploração será feita em condições difíceis, mas estima-se que haja até 100 bilhões de barris de petróleo nessas profundezas, o que faria do Brasil o quarto maior produtor de petróleo do mundo.
Segundo Joaquim Maia, ex-diretor da Associação Brasileira de Engenharia Industrial, não existe desemprego no setor. “Nós temos falta de mão de obra. Precisamos pegar as pessoas empregadas e qualificá-las.” O secretário José Aníbal quer que a Petrobras instale um centro de pesquisas no estado, como o existente no Rio de Janeiro. Ele disse que o governo paulista vai investir em qualificação profissional para a indústria do petróleo e destacou a criação do curso de graduação em engenharia do petróleo em 2012 no campus da USP em Santos.