Business is booming.

Nota zero para a presidente

0

Ex-secretário de Energia do Estado de São Paulo, o deputado José Aníbal (SP) disse nesta sexta-feira (8) que a crise do setor elétrico é o maior atestado de “inidoneidade gerencial da presidente Dilma Rousseff”. A conta da falta de planejamento, da desorganização e da demagogia da petista, salientou o tucano, ficará para as famílias e para o setor produtivo.

Segundo a consultoria Safira Energia, os consumidores pagarão por uma tarifa de luz mais cara, em média, 24%, no ano que vem e em 2016. Essa estimativa, corroborada por outras empresas do mercado, é pelo menos 12 pontos percentuais maior que a previsão do governo. Contra todas as evidências, o Palácio do Planalto insiste numa alta de 11,7%.

O aumento projetado pela iniciativa privada resume a gestão desastrosa de Dilma numa área essencial da infraestrutura, especialmente nos últimos dois anos. Em setembro de 2012, numa tacada populista, ela editou a Medida Provisória 579 (convertida na Lei 12.783/2013), que renovou concessões de energia elétrica e reduziu o valor das tarifas. “Ela fez tudo de forma autocrática, sem discutir com ninguém, sem diálogo e sem regramento de transição”, lembrou Aníbal.

A decisão, como era o esperado, motivou o aumento do consumo de energia. O governo, no entanto, esqueceu-se de combinar com São Pedro. Desde o segundo semestre de 2013, a estiagem mantém os reservatórios das hidrelétricas no limite. O atraso de diversas obras do setor elétrico administradas pelo governo petista agrava ainda mais a crise do setor.

GOELA ABAIXO – Para evitar o apagão, Dilma e companhia acionaram no máximo as usinas termelétricas, que produzem energia a um custo mais elevado, e obrigaram as distribuidoras a comprar energia no mercado de curto prazo, que, geralmente, cobra muito mais caro. “é inaceitável que a presidente Dilma tenha sido tão irresponsável num item que pesa no orçamento das famílias e empresas. Ela queria melhorar a competitividade da empresa da boca para fora e aliviar um pouco esse custo para as famílias. Conseguiu exatamente o contrário”, disse o tucano. “Dilma está completamente desaprovada como gestora, até porque ela estendeu esse erro na energia elétrica para todo o setor de energia”, acrescentou.

Como já se previa, e Dilma se recusa a admitir, os cofres das distribuidoras esvaziaram. Não havia recursos suficientes para cobrir os gastos extras impostos pela negligência da gestão petista. Por isso, a presidente e sua equipe viabilizaram os empréstimos às empresas. O primeiro, de R$ 11,2 bilhões, em abril. O segundo (R$6,6 bilhões) foi confirmado ontem pelo Ministério da Fazenda.

Os R$ 17,8 bilhões obtidos junto a instituições financeiras alcançam a cifra de R$ 23,3 bilhões quando são considerados os juros das operações. O pagamento do montante será rateado pelos consumidores nos próximos anos. “O setor totalmente desorganizado e ela querendo esconder que fez uma demagógica campanha de redução da tarifa de energia e deu com os burros n´água. Isso é injusto com os brasileiros ”, criticou Aníbal.

(Reportagem: Luciana Bezerra, com informações do jornal “O Globo”/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)