José Aníbal relembra participação como líder estudantil e desafios da redemocratização
Secretário de Energia participa de palestra na Universidade Presbiteriana Mackenzie após 50 anos do golpe de 1964
A “Semana Política”, organizada pelo Centro Acadêmico de Direito “João Mendes Jr.” da Universidade Presbiteriana Mackenzie, debateu na última sexta-feira, 21, entre alunos e convidados, os 50 anos pós-ditadura militar, iniciada em 1964. O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, foi o palestrante convidado e falou sobre as experiências que viveu durante o período ditatorial.
José Aníbal contou sua experiência como líder estudantil que combateu o regime. Com a instituição do AI-5, em 1968, passou a ser perseguido. Foi exilado no Chile e na França, onde terminou seus estudos em economia. Apenas em 1979, com a lei da Anistia, pode retornar ao Brasil. O secretário de Energia participou ativamente do processo de redemocratização, integrando e coordenando comícios pelas “Diretas Já”, o histórico movimento da sociedade pela democracia, pelo direito ao voto de escolher seus representantes.
A eleição de Tancredo Neves, o mandato de José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco foram relembrados por Aníbal “é importante compartilhar com vocês estes momentos, pois, desde a redemocratização tivemos apenas seis eleições para escolha do presidente da República”, afirmou.
No mandato de Itamar Franco, o palestrante destacou a importância da participação de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazendo ao criar o Plano Real que colocou fim ao ciclo inflacionário e iniciou o processo da diminuição da desigualdade social no país, “participei no Congresso da aprovação do Plano Real, que contou com o apoio da sociedade, porque era um projeto claro e tinha acumulado a experiência de outras moedas que haviam fracassado”, relembrou.
José Aníbal falou que a redemocratização trouxe consigo desafios muito ousados e que foram transmitidos na Constituição Federal de 1988. A saúde universal, ou seja, direito de todos “é um dos desafios mais intensos e que demanda constante inovação, consolidando uma nova agenda política e de inclusão social no país”.
As manifestações de junho de 2013 foram tema de destaque durante a palestra. Aníbal falou que elas demonstram a insatisfação da opinião pública com a representação, “acho extremamente válido e importante. é preciso aprovar as reformas política e estruturante com urgência para que o país retome o crescimento”, destacou.
Por fim, o secretário registrou que sente a mudança no cenário político e a importante participação juvenil nesse processo, muito atuante nas redes sociais, principalmente. “Compartilhar com vocês essa experiência é a consolidação de novos tempos”, finalizou.