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Editorial de “O Estado de S.Paulo” destaca posicionamento de José Aníbal na sobre a renovação das concessões de energia elétrica

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Editorial de “O Estado de S.Paulo” destaca posicionamento de José Aníbal na sobre a renovação das concessões de energia elétrica

Texto opinativo de jornal comenta atuação do secretário de Energia de São Paulo

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A oposição, obsequiosa e muda

Diante da emergência de governar sem o Orçamento, que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), impediu o Congresso de votar antes de decidir sobre mais de 3 mil vetos presidenciais, o Executivo baixou medida provisória ao arrepio da ordem institucional, arrogando-se o poder de gastar R$ 42 bilhões em investimentos quando teria de se limitar a gerir o dia a dia comezinho até o Legislativo decidir sobre em que se poderá utilizar o dinheiro arrecadado em impostos. Nenhum opositor teve forças para tugir ou mugir.

Os truques contábeis empregados pelo prestidigitador Guido Mantega no Ministério da Fazenda para dar um “jeitinho” nas contas públicas no fim do ano, condenados até por um especialista ouvido pelos atuais donos do poder, como o professor Delfim Netto, também passaram em branco pelos parlamentares que dizem dissentir de Dilma e de sua equipe econômica.

Seis anos depois do anúncio do milagre econômico a ser produzido pelo petróleo extraído no pré-sal e a dois e meio da “maior capitalização da história do capitalismo” com a venda de R$ 107 bilhões em ações pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a Petrobrás confessou seu deplorável estado financeiro. O balanço de 2012 registrou queda de 36% dos lucros, seu valor caiu para 65% do patrimônio, a joia mais preciosa da coroa nacionalista despencou no ranking das petroleiras mundiais para o oitavo lugar e perdeu o posto de líder na América do Sul para uma colombiana. Nenhum tucano ou “demista” lamentou a derrocada.

Luiz Pinguelli Rosa, primeiro especialista em eletricidade no Partido dos Trabalhadores (PT), denunciou publicamente o desmanche da Eletrobrás para tentar salvar a petroleira. Na oposição, ninguém percebeu: tudo foi aceito como uma imposição inexorável dos fados. À exceção de gestores como o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, que não aceitou a antecipação da renovação da concessão das usinas paulistas exigida por Dilma, e de tucanos mineiros que o seguiram nesta posição isolada, seus correligionários e aliados se comportaram como se nada houvesse a fazer. Na verdade, havia. Mas nenhum opositor se deu ao trabalho de repetir avisos dados por especialistas de que a redução da tarifa só seria sustentável se não comprometesse a distribuição da carga elétrica.

E, para confirmar o aparente inferno astral na virada da primeira metade do mandato da presidente para o segundo, a inflação bateu em janeiro o recorde em dez anos: a taxa de 0,86% foi a pior desde 2003.