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Dia Internacional da Mulher: o longo caminho

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Dia Internacional da Mulher: o longo caminho

Há 155 anos – mais precisamente no dia 8 de março de 1857 – 130 operárias americanas morreram carbonizadas numa fábrica em Nova York. Elas pleiteavam a redução na jornada de trabalho, que atingia de 10 a 12 horas ininterruptas. Confinadas à fábrica, como forma de punição pelo movimento grevista, estas 130 mulheres não puderam escapar quando o fogo começou. Em 1910, numa Conferência realizada na Dinamarca, o 8 de março passou a ser reconhecido como o Dia Internacional da Mulher, data ratificada pela ONU em 1975.

De lá para cá, muita coisa mudou. Aumentou a participação da mulher no mercado de trabalho, foi conquistado o direito a estudar, trabalhar, votar e se eleger. No Brasil, um dos marcos da emancipação política feminina foi o dia 24 de fevereiro de 1932, quando foi instituído o voto feminino. Além do mais, as mulheres finalmente conquistaram o direito de participar da vida política do país, se tornando elegíveis aos cargos públicos anteriormente reservados apenas aos homens.

Porém, a fruição plena dos direitos civis ainda se encontra interditada em sua plenitude às mulheres. A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, de acordo com dados mais recentes. Mesmo com a eleição de Dilma Rousseff como a primeira mulher eleita presidente do Brasil, a participação das mulheres na última eleição, tanto no poder legislativo quanto no executivo (governadoras), caiu em relação à eleição anterior. No mercado de trabalho as mulheres ainda recebem salários menores do que os dos homens em todo o mundo, sendo no Brasil a defasagem de cerca de 30%.

Em suma, comemorar o Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade de celebrar as conquistas, mas também de reforçar as cobranças por uma igualdade de fato. Não há sequer uma lei em nossa Constituição que desnivele os dois gêneros. Ou seja, tanto homens e mulheres têm direitos equivalentes a gozar, como equivalentes são as suas capacidades. O que nos falta é a emancipação de certos padrões culturais paternalistas, machistas e autoritários que ainda impedem a mulher de dar a sua contribuição social plena às instituições, mercados e vida pública nacionais. O Dia Internacional da Mulher é uma homenagem. Mas também uma vigília. Ainda há um longo caminho.

Parabéns a todas as mulheres.

Deputado José Aníbal