Das andanças pela Paulista no último dia 13 de março, entusiasmado por participar de um ato único pela grandiosidade e propósito democrático, destaco os reiterados desejos e cobranças dos manifestantes sobre um posicionamento dos políticos, especialmente dos parlamentares, quanto à saída de Dilma e do PT: “Agora vocês tem que fazer sua parte”. “Não há mais o que esperar”. “O impeachment está nas mãos de vocês”. Em nenhum momento, ódio ou simpatia a qualquer procedimento fora das leis. Apenas o desejo intenso de que a maioria parlamentar propicie ao Brasil voltar a ter um governo. Além da descrença absoluta de que o lulopetismo possa renascer das cinzas. Um expresso sentimento avesso à inação, à ideia de um desfecho acontecer por inércia. Afinal, a jararaca está solta, atacando como pode, e o que menos lhe importa é o sofrimento da população.
Não é nada pequeno o custo para chegar onde chegamos. Ao contrário. Nunca antes neste País, tamanho e profundo retrocesso se consuma para o insano benefício de tão poucos. Também nunca antes em nossa história, tantos, em todo o Brasil, disseram basta à minoria devassa e corrupta encastelada no poder e, como vemos a cada dia, com o propósito derradeiro e desesperado de tentar esconder suas vergonhas, seus crimes e desatinos. Não conseguirão!
A cada volta mais se caracteriza a simbiose entre o lulopetismo e uma organização criminosa sem equivalente no uso da democracia para aterradora roubalheira, que destrói a economia, as empresas, o emprego e os avanços que muito suor custaram aos brasileiros.
O Congresso Nacional tem, a partir de agora, a responsabilidade de chamar para si e acompanhar com lupa o que o lulopetismo está tramando para evitar seu último suspiro. O Congresso tem o dever de interditar as açães de um governo incapaz de governar, mas que vai tentar colocar “fogo no circo” com a ameaça, por exemplo, de queimar um terço das reservas do País em dólar. E que vai além disso, com a disposição de premiar com um Ministério um quase réu para adiar sua merecida pena – ou será que, com esse movimento, sua real intenção seria obstruir as atividades da Justiça, do Ministério Público e da Polícia Federal?
Sobra razão aos manifestantes. Os parlamentares de todas as coloraçães viram e ouviram o extenso clamor das ruas. Em 2013, jovens em sua maioria, disseram com clareza que era preciso mudar. Disseram o quanto sentiam a ausência de caminhos, de esperança e perspectivas, tal como o País se encontrava. Reivindicavam mudanças nas políticas públicas, reformas, melhores condiçães de saúde, educação, transporte. O governo fez que ouviu, mas nada mudou.
Nas eleiçães de 2014, o estelionato “comunicado” por um, hoje, marqueteiro preso em Curitiba, impediu a vitória da mudança. Os brasileiros não desistiram. Um ano de manifestaçães. Um ano de retrocesso. Um ano de governo se desintegrando.
Se as ruas precisavam falar, elas falaram. Deram a direção do caminho a seguir. Não é possível que a sociedade brasileira fique à mercê dos interesses espúrios de Dilma, do lulopetismo.
Se de Dilma e seus acólitos nada podemos esperar, nem mesmo um gesto derradeiro de renúncia, é do Congresso Nacional que esperamos uma ação urgente pelo impedimento do que já se convencionou caracterizar como “capitalismo de quadrilha”. Ou capitalismo de PT.
José Aníbal é presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela e senador suplente pelo PSDB-SP. Foi deputado federal e presidente nacional do PSDB.