SP quer prazo maior para debate do novo marco regulatório da mineração
Publicado na coluna Mercado Aberto, de Maria Cristina Frias, na “Folha de S.Paulo”
O secretário estadual de Energia José Aníbal enviou uma carta à ministra Gleisi Hoffman (Casa Civil) para pedir a retirada do regime de urgência do projeto de lei referente ao novo marco regulatório da mineração.
Para o secretário paulista, seriam necessários mais dois meses para que a proposta do governo federal pudesse ser melhor debatida “e não ter conflito desnecessário“, diz.
“Sintomaticamente, somam-se até o momento mais de 370 emendas ao pleito, o que demonstra a imensa complexidade do tema.”
Uma das principais novidades da proposta é a exigência de licitação para áreas de mineração com o objetivo de estimular a concorrência.
São Paulo discorda dessa posição, segundo Aníbal, que já se reuniu com a ministra.
“Não deveria haver licitação para os minerais que temos, areia, brita e argila. Bastaria uma solicitação ao departamento. São pequenas e médias empresas.”
Outra mudança é a fixação de 40 anos para pesquisa e exploração de lavras. “No nosso caso, limitaram a dez anos, e acreditamos que devesse haver equivalência.”
O governo propõe tributação de 0,5% a 5% do faturamento bruto. Em SP o imposto é de 2% do faturamento líquido para areia e brita.
“Não temos interesse nessa contribuição porque incide em produtos importantes para a construção.”
O Rio também quer prazo maior de exploração. “Dez anos é pouco para o investimento necessário”, diz Flávio Erthal, do Departamento de Recursos Minerais.
Em Minas, o Estado quer a liberação de outorgas enquanto o marco é debatido.