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Populismo autocrático

Populismo autocrático

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“É guerra”. Este é o título da coluna de L. F. Verissimo no Caderno 2 do Estadão de hoje. “Nós estamos sendo atacados”. O nós de Verissimo remete aos mais diversos setores da sociedade brasileira. “Cada novo pronunciamento do Bolsonaro é um morteiro que nos atinge”. Após mencionar diferentes alvos do bolsonarismo, acrescenta que agora está começando “um ataque frontal à inteligência brasileira”. Ao final, Verissimo menciona a queda da popularidade de Bolsonaro e conclui que: “De qualquer maneira, nós, mesmo desorganizados, estamos começando a nos mobilizar”.
Verissimo é sucinto e claro no diagnóstico do que é Bolsonaro. Em oito meses de governo, o capitão age como quem ganhou uma guerra, não uma eleição. Na cabeça do capitão, a vitória não foi para ser Presidente de todos os brasileiros. Ao contrário. Ganhou a eleição para realizar uma ação permanente de ocupação dos espaços e destruição dos inimigos – a maioria que não pensa como ele. Um governo desagregador, sem compromisso com as expectativas dos brasileiros na recuperação da economia e na construção de um ambiente de confiança e credibilidade para tirar o Brasil da crise.
Em entrevista ao Jornal O Globo, Armínio Fraga responde a pergunta se vê algum risco de retrocesso na nossa democracia dizendo: “Não há risco algum, há certeza: o retrocesso já aconteceu. O risco é que piore mais ainda”. Este é o desafio que temos agora. Evitar que o retrocesso se aprofunde. As instituições da democracia estão funcionando, destacadamente o Parlamento e o poder Judiciário. Mas é preciso que cresça a mobilização da sociedade para impedir que este populismo autocrático do bolsonarismo se torne hegemônico.

Artigo publicado no Jornal Estado de São Paulo por Luis Fernando Verissimo: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,e-guerra,70002996840?fbclid=IwAR33Y_UlHUuZoLz9BepXLd5zhbVxh7tV8LKg-TRFdlSZjNLcjKlaS0rU9R4