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Aníbal interpela AES Eletropaulo na Alesp

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Aníbal interpela AES Eletropaulo na Alesp

Secretario da Energia questiona índices da distribuidora, critica qualidade do serviço prestado e lamenta que a empresa priorize resultados financeiros e não invista na rede elétrica

A Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa de São Paulo, presidida pelo deputado José Zico Prado (PT), ouviu nesta quarta-feira, dia 3, o secretário estadual de Energia, José Aníbal, o diretor de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de Energia da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado), Aderbal de Arruda Penteado Júnior, e o diretor executivo de operações da AES Eletropaulo, Sidney Simonaggio.

Eles foram convidados para falar sobre a falta de energia ocorrida no mês de junho deste ano em São Paulo, que deixou mais de 600 mil unidades consumidoras sem energia, muitos deles por vários dias. A tese de que a empresa concessionária tem investido bastante para oferecer energia elétrica aos usuários, defendida por Simonaggio, foi contestada pelo secretário e pelo representante da Arsesp, que apontaram falhas nos indicadores apresentados pela empresa.

Os dados apresentados pela AES Eletropaulo, que dão conta de que foram investidos R$ 4,6 bilhões nos últimos 12 anos, bem como os indicadores de desligamento e do tempo de restabelecimento foram contestados por Aníbal.

Primeiro, José Aníbal disse que nestes números não estão computados os dias classificados como críticos. Depois, questionou o fato de os lucros da empresa terem saltado de R$ 376 milhões no ano de 2006, para R$ 1,3 bilhão em 2010. “Nada contra os lucros, mas o fato é que a qualidade do serviço tem caído justamente no período em que os lucros aumentaram. Tem faltado investimento”, afirmou Aníbal.

O secretário cobrou maior rigor na fiscalização da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que é a agência competente para impor multas. “A secretaria não pode impor multas e também não pode exigir investimentos”. Para o secretário é preciso melhorar a regulação, ampliar a fiscalização e a punição à concessionárias que deixam de cumprir suas atribuições, “maltratando o consumidor e ofertando energia cara e falha”.

Aníbal mostrou-se cético com o anúncio da distribuidora em fazer novos aportes de R$ 120 milhões para manutenção e contratar 500 eletricistas. “é insuficiente. Pedimos que eles, além dos 500, contratem mais 750 profissionais. Minha preocupação é que os serviços piorem ainda mais antes de melhorar.” Eduardo Anunciato, o Chicão, presidente da Fenatema –Federação Nacional dos Trabalhadores de Energia, Água e Meio Ambiente – lembrou que o período necessário para treinar um eletricista para que ele atue “com conhecimento e segurança” é de dois anos.

Já o representante da Arsesp abordou as limitações legais e funcionais desta agência. “A titularidade da distribuição da energia elétrica é federal. O que a Arsesp faz é contribuir com a elaboração do arcabouço legal emitido pela Aneel, auxiliar na fiscalização e impor multas por delegação daquela agência”, explicou. Em relação às multas, Aderbal entende que seria melhor que elas fossem revertidas em prol dos usuários mais desvalidos. Ele pediu aos parlamentares maior atenção para com a Arsesp, que precisa de novos fiscais e de melhores salários.