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A única razão de Lula: o Brasil foi devastado, mas não será ele quem vai consertar o país

Artigo publicado em 21/07/17, no portal Poder 360, editado pelo jornalista Fernando Rodrigues

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Depois de se tornar o primeiro ex-presidente da República condenado na nossa história, Lula desandou a falar sobre o Brasil, a Lava Jato e as eleições de 2018. Nessa novena de ladainhas, é preciso reconhecer que ele tem uma única razão: falou em consertar o Brasil, devastado por eles. Finalmente, Lula admitiu que o governo do PT acabou com o emprego de 14 milhões de trabalhadores, provocou a maior recessão da história e mostrou ao mundo como não conduzir os rumos de um país.

Seria demais, porém, esperar que a demagogia não voltasse à boca do caudilho. Ao contrário do que Lula diz, quem quebrou o Brasil de forma tão violenta não pode consertá-lo. Até porque o país já está em conserto desde o afastamento do governo lulopetista e do fim da chamada “nova matriz econômica”. Sempre dissemos que a retomada do crescimento não seria fácil e demandaria muito trabalho e esforço, mas aos poucos é possível acreditar que o Natal de 2017 será muito melhor do que os últimos vividos sob a sombra da incompetência e irresponsabilidade da gestão passada.

Pelo 3º mês consecutivo, o Brasil registra saldo positivo no mercado de trabalho. Ainda não é o suficiente para recuperar o desastre provocado pelo lulopetismo. Mas é sinal inequívoco de que está sendo feito o que sempre defendemos: reformas estruturantes para colocar o país nos eixos, com inflação controlada, responsabilidade fiscal e condições de investimento para a promoção do emprego e da renda.

Já foi dado um passo significativo com a sanção da reforma trabalhista, que vai dar maior segurança jurídica aos geradores de emprego e mais oportunidades de formalização do trabalho.

Há ainda um passo fundamental para arrumar a casa: a reforma da Previdência. Sem adotar regras que combatem os privilégios dos poucos que se aposentam muito cedo e com gordos contracheques, colocaremos em risco o pagamento de todos os benefícios previdenciários nos próximos anos.

Se alguém tem alguma dúvida da calamidade social que é manter o descontrole das contas do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e fechar os olhos à regressividade do atual sistema, basta ver o Estado do Rio de Janeiro, com aposentadorias, pensões e salários atrasados, irresponsabilidade fiscal levada ao limite e licenciosidade com a coisa pública aos moldes do que o lulopetismo tanto apregoa.

Nunca é demais lembrar: a política econômica do PT e o vale-tudo para reeleger Dilma Rousseff são os responsáveis pela destruição de quase 10% do PIB. São mais de 700 bilhões de reais perdidos em empregos, renda, investimentos! Tudo o que as milhões de famílias afligidas pela recessão não precisam é a volta de tamanha incompetência na condução do país.

Por fim, reafirmo que o conserto do Brasil em curso não se restringe à economia e precisa tratar também dos descaminhos que o sistema político tomou nos últimos tempos. Uma reforma política bem construída se faz urgente, para que tenha vigência já em 2018. Mas propostas malfeitas ou, pior, usadas para escamotear interesses escusos devem ser repudiadas com todas as forças.

Refiro-me a insanidades como salvo-conduto de 8 meses para candidatos condenados pela Justiça –ideia esdrúxula apelidada de “emenda Lula”– ou doações eleitorais secretas. Da mesma forma, adotar como sistema eleitoral o “distritão” seria reduzir o debate de ideias e soluções, propósito-mor da política, a uma mera disputa de proselitismo e mentiras. Na economia e na política, é possível, sim, consertar o Brasil, mas não com as ideias de quem destruiu o emprego e a decência na vida pública.

José Aníbal é presidente nacional do Instituto Teotônio Vilela e suplente de senador por São Paulo. Foi deputado federal e presidente nacional do PSDB.